sexta-feira, 18 de maio de 2012

O sexo é bom e o homem ruim?


Esse filme foi bastante comentado por abusar da nudez de peitos, pau e bundas. Duvido que você assista e não fique de pau duro.
Fassbender é um compulsivo sexual que parece ter um desbalanço na sua aparente vida normal.
É um cara inteligente, bonito, tem um "regular job", um bom partamento e uma parafernália de pornografia.
Com dificuldades de atar um relacionamento mais duradouro, transforma sua vida amorosa numa anarquia que vai de desconhecidas, putas até michês e a julgar pelos seus momentos de divagação, pensa bastante sobre essa dificuldade.
Esse inconformismo só se compara à sua extensa quantidade de masturbação. Penso que o ato em si não nos mostra degeneração, mas simplesmente um homem confuso.
Ele não é pervertido. Só gosta de sexo! Fica fácil perceber que não estamos diante de um homem prestes a atacar vítimas femininas.
Com a chegada de sua irmã, algo de desatino toma conta do ambiente. Ela, ao contrário dele, desespera por uma relação contínua, e se formos observar com o desenrolar da história, talvez o desbalanço dele tenha algo a ver com uma latente incestuosidade.
Fassebender faturou o Globo de Ouro como melhor ator em 2012. Acho que mereceu! Ele se desnuda literalmente - na cena do ménage ele expressa toda confusão da sua condição.
O filme tem muitas nuances psicológicas e posso ceder a diversas análises que possam ser feitas. O final é esplêndido porque não nos permite enxergar se ele sucumbe ou rejeita esse animal interior, nos dando uma perspectiva bem real do homem (universo).
Destaque: a bela desconstrução da música "New York New York" em algo 'cool jazzy' e todo mosaico de possibilidades embutidos na cena e na relação entre solidão e multidão que a cidade e a música representam - se você puder, assista com legendas de tradução. Muito confuso e confrontante mesmo!
Indicado para uma sessão junto com 'Choke - No Sufoco (2008)' que passou deveras despercebido no Brasil e também fala de maneira cômica e inteligente e com mais leveza, sobre compulsão sexual.

terça-feira, 8 de maio de 2012

O homem é o lobo do homem?


Postulo que pior do que fugir do mal é fugir da natureza, porque presume-se que não há julgamento de bem ou mal nas forças naturais, portanto ela sempre liga o botão do "se foda" pra gente 

Grupo de homens sobrevive à queda de avião no Alasca. Além do frio, sede e fome (inimigos naturais), tem que enfrentar uma alcatéia de lobos nesse cenário inóspito.

Joe Carnahan sempre foi um realizador "diferenciado" - pra usar o mais novo termo usado entre a récua (aproveitando o uso de coletivos nesse texto) de jornalistas locais... ridículo - e parece preferir manter seu radar apontado pra qualidade. Característica de filmes mais independentes.

Aqui ele até consegue extrair uma carga bem dramática do gênero thriller de ação.

Destaque: cenário natural, direção e atuações.

Indicado para quem gosta de "filme B" com a qualidade e musculatura de filmes "A".

Amigo


Pequena jóia britânica. Acima de tudo fala de amizade.

Aproveita e também presta homenagem ao cinema através de alguns símbolos como Paul Newman e Robert Redford e se espelha na história de Sundence (coincidência o festival organizado por Redford?) e Butch Cassidy pra juntar os dois pequenos contraventores.

Católicos e protestantes divididos, essa seria a amizade mais improvável.

Nada de sacorose demais. Toda sensibilidade é bastante crível e isso só contribui para emoções verdadeiras. Risos também estão presentes.

Destaque: as crianças é claro!

Indicado para sentir um pequeno aperto no peito. Saudade!