terça-feira, 24 de abril de 2012

novo cinema novo


Jovem cinema brasileiro.

Argumento original: três recém chegados em metrópole decidem oportunamente morar juntos.

A regra é que não houvesse relação amorosa para vingar a convivência.

Tempo passado, hora de cada um seguir adiante, porém surge a proposta de um publicitário usar como plataforma de vendas o loft do trio. O combinado seria de filmar 24 horas o cotidiano deles.

Filme muito bem dirigido e estrelado por caras novas na dramaturgia cinematográfica.

Modernos, inseguros, sonhadores e individualistas, uma forma incomum de viver mostrando como se apresenta essa nova geração.

Destaque: a boa história e a qualidade do novo cinema brasileiro.

Indicado para fãs do filme "Os Sonhadores" e quem curte um filme de amor.  

sábado, 21 de abril de 2012

sem muita exigência tudo dá pro gasto


Acho que desde o ano passado sinto falta de um terror fodástico - não sei exatamente qnd vi 11.11.11...iiihh... cabei de lembrar! Na estréia. - Achei que ia me amarrar em "Filha do Mal" e que ia achar Atividade Paranormal 3 lesgal! nã nã nã!

Na esteira dos filmes "câmera na mão e corra da assombração" vi o trailer de Fenômenos Paranormais. Percebi alguma semelhança com um desses filmes legais e desconhecidos que só os experts, nerds e amantes de terror conhecem. 

Bingo! Singapura veio em 2010 com "Haunted". Terror surpreendente.

Filme de terror (às vezes) é como pizza e sexo. Até ruim é bom!

Trupe de documentaristas picaretas passam a noite num antigo hospital para registrar aparições sobrenaturais.

Nada de muito bom, mas vale a sessão se for no quarto escuro pra colaborar com o clima. Dá um medinho sim! Nada de excepcional eu aviso!

Destaque: tem sim um ou outro susto legal e a possibilidade de você assistir antes o original singapurês!

Indicado para quem como eu adora um terror e não tem muita opção.

Lar Doce Lar


Mais um filme francês que tenho oportunidade de apreciar.

Com passagem honrosa em Cannes, esse filme de 2008 só agora tive oportunidade de assistir.

Um sentimento que mistura ansiedade e imaginação (meio aflituoso) que a internet ajudou a extinguir quase totalmente sempre me segue quando percebo um argumento fílmico curioso e original.

Nesse filme vemos uma família albergada à beira de uma auto-estrada sem funcionamento. De repente, a família meio ermitã, vê seu cotidiano mudar repentinamente com a reutilização dessa estrada por muito abandonanda.

Filme com tom de fábula que revela a difuculdade de mudanças que se encaminham nas nossas vidas. Óbvio que uma família que decide morar numa casa na beira de uma rodovia não há de ser comum, mas de maneira autosuficiente estamos diante de uma família que se ama e até bem regular. Espécie de hippies modernos.

Destaque: a monotonia das poucas locações não é chata.

Indicado para quem gosta de livros. Sim. Isso mesmo! O filme parece um daqueles livros de rápida leitura com história criativa e curiosa. 

Gainsbourg - O Homem Que Amava As Mulheres


Momentos da vida do compositor e cantor Serge Gainsbourg com toques fantásticos.

Autor da única música francesa a ser primeiro lugar nas paradas inglesas - Je T'Aime (Moi non plus) - Serge provocou a ira da igreja, da sociedade civil e do modelo de comportamento vigente. A música teve como inspiração Brigitte Bardot, mas foi lançado com Jane Birkin.

Homem feio mas que teve em sua alcova as punhetáveis Bardot, Greco e Jane Birkin com o auxílio do seu estranho magnetismo, rebeldia, sensibilidade e sabe se lá o quê um intrumento musical empunhado consegue!

Destaque: o grande legado para música pop de Serge e a íncrível semelhança física do ator com seu personagem (ainda insisto que o Lino seria mais parecido ainda!)

Indicado para quem se amarra em música e biografias de grandes personalidades.

quarta-feira, 18 de abril de 2012

A violência do preconceito


O cinema francês mantém-se excepcional.

Lembro que uma das minhas primeiras experiências consciente com a França cinematográfica foi em 1991 e "Os Amantes da Ponte Neuf". Depois vieram Jean-Luc, Truffaut, Besson, Chabrol e outros.

A minha real "primeira experiência" foi com o esplêndido "O Magnífico", estrelado pelo superlativo Jean-Paul Belmondo. Um daqueles filmes que você assiste quando criança (diferente das outras é claro!) e te marcam profundamente. O filme usa a narrativa de um filme dentro do outro (claro que na época eu n entendia isso) pra contar a história de um escritor 'loser' que se transformava NÔ CARA dentro dos seus livros.

Na época senti uma dor (adolescente) naquele momento irreconhecível! Ver um herói falível sofrendo amarguras no jogo e no amor numa narrativa incomum cheia de metalinguagem foi pra mim surpreendente. Tente esse filme!

Mas aí pulamos para essa obra do filho de Costas-Gavras (que vem chocando com alguns clipes musicais dirigidos por ele), que assim como seu pai é um cineasta bem politizado, e aqui, sua cria trata de loucura, obsessão e preconceito.

O jovem é um candidato natural (não aparente) à loucura e o psiquiatra é naturalmente louco. Ambos partem numa jornada beligerante contra seus pares humanos. Contam com a singularidade (supõe-se que apenas 4% da população é ruiva) de cabelos vermelhos naturais e depois de enxergar uma família de irlandeses cabelos cor de fogo, o jovem decide ir para Irlanda, lugar que depois da Escócia possui o maior números de ruivos.

Eles tocam o terror num vórtice de loucura, ensejado por um espécie de combate distorcido contra o preconceito.

O filme tem um ritmo lento (natural ao cinema de autor) e se apóia na boa performance de Cassell.

Destaque: o paradoxo do combate ao preconceito dos persanagens, apoiando-se exatamente NO preconceito, descrito prefeitamente na melhor cena do filme: os beijos forçados na cerimônia de casamento (igreja = símbolo de amor e compreensão; beijo = maior símbolo de afeição (ou traição, né?).

Indicado para quem gosta de cinema francês e histórias mais reflexivas.

domingo, 15 de abril de 2012

Snowtown


Obviamente todo bom realizador tem controle sobre sua área de atuação e principalmente sensibilidade para perceber o potencial de sua mão de obra.

A saraivada de bons atores no elenco desse filme australiano que dá nó na garganta e arrepio na cervical é prova disso. Puta que los pares são esses atores? Ainda assim fica a total nulidade de que realmente não conhecemos tudo, mesmo na dimensão tecnológica da informação dos novos tempos.

Baseado em fatos reais, a história do pior assassino serial da Austrália é um filme cru, tenso e apavorante. Nada de sanguinolência despropositada, trilha nervosa ou esbaforridos "salve-se quem puder".

Aqui o terror e o medo são reais e não há escapatória. Violência psicológica. Distorção da psiquê humana.

Uma luta entre violador e violado que encontra ressonância num mundo de atos bárbaros. O defloramento de uma alma inocente que transforma os limites da humanidade.

Destaque: para todos os atores.

Indicado para quem tem estômago forte e para quem gosta de cinema de qualidade.

A Complete History of my Sexual Failures


Um simpático introspectivo cineasta independente decide realizar um documentário sobre seus fracassos amorosos.

Filme com ar caseiro e total despretenção, mas que anima e diverte platéia mais exigente praticando um humor mordaz e menos espalhafatoso do que vemos nos novos humoristas.

Descobrir-se um possível gay, não levantar o pau e ser satanizado por todas as "ex" são fatos que recebem um tratamento de realizador que aprendeu muitas lições com a novelle vague francesa.

Destaque: para a canção cínica e indie do carismático sofredor amoroso, devidamente decalcada pela analista assexuada.

Indicado para platéias mais inteligentes e cineastas (que desde já não os considero, reafirmo!) ou filmakers piauienses que decidiram iniciar suas carreiras com comédias. Apredam a lição!