Literatura, palestras, músicas e filmes com teor de auto-ajuda são uma lástima!
Enfraquecem a alma e desnorteam um razoável bom senso e te dão uma falsa sensação de segurança e controle! Acredite. Desde sempre decidi não ser vítima desses, ainda assim sei que existem pré-dispostos!
Caracteristicamente, o filme apresenta todos os sinais dos combos milagrosos de recuperação instantânea: o personagem que perde tudo pra receber uma lição de apredizado depois de algum tempo; os personagens que o ensinam a enxergar fora da caverna escura que é sua existência, etc.
Tudo pronto pro xarope?
E aí apresenta-se uma obra consistente, que não arranha só a superfície e mostra que nem tudo serão ganhos. Que se você dedicou-se a não enxergar muito adiante pelo tempo passado, o tempo presente vai cobrar um preço.
E aí sim, sente-se a existência de um equilíbrio que define a vitória também como algo cheio de desilusões, imprevisibilidades e punições.
O trabalho dramático do comediante Will Ferrel se mostra irreparável e ao final o sentimento de recuperação do controle não é nem um pouco piégas.
Destaque: os outros pares problemáticos (uma vizinha e um garoto negro) e a observação memorável do personagem de Will quando ele corajosamente diz que a diferença dele pros outros é que ele - literalmente - tem coragem de assumir seus infortúnios fora de casa! Um tapa na cara dos infames e medrosos.
Indicado para quem adora finais com músicas fortes e bem colocadas, e principalmente, pra quem tem capacidade de reconhecer que as vozes da Lya ou da Zibia podem não falar tão alto pro seu coração, porém sabe que os versos "They say every man needs protection/ They say that every man must fall" falam sobre o mesmo, numa língua diferente.