Esse filme foi bastante comentado por abusar da nudez de peitos, pau e bundas. Duvido que você assista e não fique de pau duro.
Fassbender é um compulsivo sexual que parece ter um desbalanço na sua aparente vida normal.
É um cara inteligente, bonito, tem um "regular job", um bom partamento e uma parafernália de pornografia.
Com dificuldades de atar um relacionamento mais duradouro, transforma sua vida amorosa numa anarquia que vai de desconhecidas, putas até michês e a julgar pelos seus momentos de divagação, pensa bastante sobre essa dificuldade.
Esse inconformismo só se compara à sua extensa quantidade de masturbação. Penso que o ato em si não nos mostra degeneração, mas simplesmente um homem confuso.
Ele não é pervertido. Só gosta de sexo! Fica fácil perceber que não estamos diante de um homem prestes a atacar vítimas femininas.
Com a chegada de sua irmã, algo de desatino toma conta do ambiente. Ela, ao contrário dele, desespera por uma relação contínua, e se formos observar com o desenrolar da história, talvez o desbalanço dele tenha algo a ver com uma latente incestuosidade.
Fassebender faturou o Globo de Ouro como melhor ator em 2012. Acho que mereceu! Ele se desnuda literalmente - na cena do ménage ele expressa toda confusão da sua condição.
O filme tem muitas nuances psicológicas e posso ceder a diversas análises que possam ser feitas. O final é esplêndido porque não nos permite enxergar se ele sucumbe ou rejeita esse animal interior, nos dando uma perspectiva bem real do homem (universo).
Destaque: a bela desconstrução da música "New York New York" em algo 'cool jazzy' e todo mosaico de possibilidades embutidos na cena e na relação entre solidão e multidão que a cidade e a música representam - se você puder, assista com legendas de tradução. Muito confuso e confrontante mesmo!
Indicado para uma sessão junto com 'Choke - No Sufoco (2008)' que passou deveras despercebido no Brasil e também fala de maneira cômica e inteligente e com mais leveza, sobre compulsão sexual.